9.12.10

SOCIETY (1989), de Brian Yuzna

Apesar de não estar tendo muito tempo nas últimas semanas, é preciso comentar sobre este filme de estreia do Brian Yuzna, que foi uma das últimas coisas que eu vi e que me surpreendeu positivamente. Yuzna, naquela altura, era produtor e associou-se com o grande diretor Stuart Gordon na realização de algumas clássico que adoramos dos anos 80, como RE-ANIMATOR e FROM BEYOND, por exemplo. Como diretor, nunca foi considerado um dos grandes do gênero. Já li vários textos maldosos a respeito da carreira dele, muitos eu discordo totalmente, tendo como base o que eu já pude conferir do homem. O que, na verdade é bem pouco, infelizmente. Preciso rever alguns de seus trabalhos e tentar dar uma atenção a sua filmografia, mas uma coisa é certa: fazer uma peregrinação pelo seu trabalho é, no mínimo, diversão garantida. SOCIETY está aí de prova. É um suspensezinho muito bom de acompanhar, sem grandes pretensões, a não ser criar bons momentos de puro horror, como a belíssima e perturbadora sequência final... provavelmente uma das coisas mais bizarras que o Yuzna já concebeu! brrrr!!! 


Se não estou enganado, passava bastante na TV aberta com o título de SOCIEDADE DOS AMIGOS DO DIABO, e aposto que muita gente chegou a ver, só que hoje é pouco falado. Bem, eu nunca tinha visto e nem fazia idéia do estrago que o desfecho poderia causar, algo para se entrar numa lista de sequências esquisitas e repugnantes do horror contemporâneo... ao menos na minha lista entraria...

A história do rapaz da alta classe de Beverlly Hills atormentado com a suspeita de que sua família faz parte de uma sociedade secreta de hábitos incomuns possui ecos em O BEBÊ DE ROSEMARY, de Roman Polanski. O filme tem aquele visual retrô oitentista, mas possui também alguns bons momentos atmosféricos de mistério que vão aumentando à medida que o personagem descobre a verdade. Mas são as imagens finais que ficam gravadas na mente do espectador. Vai ser difícil esquecer o banquete canibal surrealista, com distorções de membros humanos, imagens inspiradas em pinturas de Salvador Dali e criadas pelo mestre japonês dos efeitos de maquiagem, Joji Tani, mais conhecido como Screaming Mad George. Yuzna consegue resultados perturbadores sem precisar apelar para a violência extrema, sangue, etc, apenas assistimos a carne em variadas transformações... como se o final de SOCIETY fosse uma extensão da idéia de VIDEODROME, de Cronenberg, sobre a sentença “long live the new flesh”... ou talvez eu esteja apenas “viajando” demais.

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