23.5.11

OPERAÇÃO FRONTEIRA, aka The Shepherd - Border Patrol (2008)

Quem acompanha a carreira do Van Damme desde sempre, deve se lembrar que o sujeito passou por uma fase negra lá pelo início dos anos 2000, quando encarou vários projetos medíocres para financiar o seu consumo de drogas. Mas parece que já deu a volta por cima e a sua fase atual está bem interessante já faz um bom tempo. Van Damme parece mais maduro e seus últimos 4 ou 5 filmes tentam agradar os dedicados fãs ao mesmo tempo em que assume funções mais complexas e desafiadoras como ator. Basta vê-lo em JCVD ou ATÉ A MORTE para notar isso de forma clara!

OPERAÇÃO FRONTEIRA faz parte dessa leva. É o filme que mais se aproxima ao que Van Damme fazia nos anos 80 e 90 em termos de estrutura. Temos um típica trama sobre um policial com um passado traumático que é transferido para a fronteira com o México e enfrenta perigosos traficantes. O filme é cheio de ingredientes e detalhes que fazem a cabeça dos fãs e é constantemente pontuado com as habituais sequências de ação old school coordenadas pelo diretor Isaac Florentine (quem mais seria?): Brigas em bar, em prisão, no meio da rua; perseguições à pé ou em veículos, uma delas envolvendo um ônibus cheio de freiras! Um final com um mano a mano contra o “vilão final”, vivido por Scott Adkins, ao melhor estilo nostálgico oitentista!

E Van Damme aproveita muito bem a idade e o olhar cansado para dar um sustento expressivo à complexidade de seu personagem. Eu sempre gostei da figura badass dos filmes de ação truculentos dos anos 70, 80 e 90, mas a coisa fica ainda mais interessante quando esses personagens brucuturs, aparentemente sem emoções humanas, demonstram um lado sensível, nem que seja em simples alusões, imagens e situações. Por exemplo, Chow Yun Fat segurando uma arma em uma mão e um bebê na outra enquanto distribui balas nos bandidos no final de FERVURA MÁXIMA! Isso é que é ser badass! Van Damme tem muito desse espírito aqui, maltratando a malandragem enquanto carrega o coelhinho (um elemento deveras dramático) da sua filha pra todo lado.

Já Scott Adkins, trabalhando novamente com o diretor, apronta a sua roubada de cena habitual. Sem dúvidas que é um dos melhores atores de ação direct to video da atualidade!

O filme peca um pouco com o roteiro, tem uns buracos bestas, tentativas de fazer discurso político que não se vê necessidade alguma, ao invés de deixar tudo caminhar pra boa e velha ação! Nada que estrague o prazer de assistir ao Van Damme dando a volta por cima, distribuindo pancadas e chutes rodopiados como fazia no inicio de carreira. A luta final não é épica como Billy Blanks vs. Matthias Hues em TALONS OF THE EAGLE, mas é divertida. É daqueles exemplares que me deixa com um sorrisão do início ao fim.

3 comentários:

  1. Já havia deixado de acompanhar o trabalho do Van Damme, mas seus textos tem me deixado com vontade de voltar a acompanhar o trabalho do cara. Irei assistir esse certamente.

    Apesar dele ter me decepcionado com seus filmes nos últimos anos, eu meio que torço pra que ele de a volta por cima, e particularmente acho bacana que aos poucos está conseguindo. Deve ser essa coisa de ídolo de infância sabe como é.

    Só por curiosidade, já assistiu The Eagle Path? Será que presta?

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  2. Rapaz, estou louco pra ver o The Eagle Path e até hoje nada!

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  3. Eu tbm to seco pra conferir o The Eagle Path. Li em algum lugar que sai em DVD dia 20 de Junho... agora é esperar.

    Eu tbm sou um daqueles que estão retornando a acompanhar a carreira do Van Damme. É ótimo ver o cara em forma novamente e se cercando de gente talentosa.

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